quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Começos Verdadeiros para Falsos Fins

Estive, como há muito tempo, andando pelas ruas da minha cidade natal. Como sempre, muito pouca coisa muda hoje em dia sem que eu perceba; sem que de uma forma estranha, eu pense que está tudo de cabeça pra baixo, ainda que tudo esteja na mais perfeita ordem.
É estranho pra mim, talvez, notar uma certa harmonia nos fins de ano. E isso eu digo porque não é a primeira vez que uma cadeia de acontecimentos aparentemente me mostra alguma coisa. Me ensina alguma coisa. Se quem lê esse blog quer um “conselho de Reveillon” (risos), preste muita atenção nas coisas que te acontecem nos últimos dias do ano, e nos primeiros dias do novo ano. Elas quase sempre revelam que tipo de pessoas estarão com você nos meses que se seguirão, e que tipo de pessoas você deixará para trás. Preste atenção nas coisas que acontecem, com você e com as pessoas que você conhece.
Já me disseram que eu tenho a mania de ver sinais em tudo, mas acho uma coisa válida. É melhor do que deixar eles passarem...
Eu não vou ressaltar novamente a importância que têm as pequenas coisas, e tal... e olha que eu mesmo já ignorei muita coisa que não devia ter ignorado. Aliás, no fim de ano eu percebo isso com mais força também.
Absolutamente tudo se acentua nessa época: o que fizemos de errado, o que fizemos certo, o que esquecemos, o que devíamos ter esquecido... tudo.
Reflexões por aqui não iriam faltar... acho que temos a mania de pensar demais no fim, ainda que não seja um fim verdadeiro. Acho que é aqui que eu queria chegar (lol).
Temos a mania de considerar dezembro como o mês da nostalgia. Vemos a retrospectiva na TV e percebemos que estamos, como diria o Pink Floyd, “um dia mais próximos da morte” (música “Time”. Altamente recomendada por esse humilde fã). Essa sensação, além de normal, é altamente estúpida (poderia citar outros exemplos, mas gastaria muito o nosso tempo). Não há, absolutamente, diferença alguma entre a virada do ano e as outras dúzias de meias-noites (acho que o plural é assim) que passamos no decorrer do ano. Umas dormindo, outras acordados, esperando notícias, esperando o sono, esperando saber tudo amanhã na prova, e principalmente, acreditando que amanhã será um dia melhor que o dia de hoje. E é isso que faz com que a única diferença esteja na quantidade de dígitos que mudamos nas datas – agora a mudança mais rara acontece, e um daqueles números jamais voltará a ser escrito... Para a sofrida raça humana, então, há um fim e há então um início. Simbólico como os eclipses.
O que nós não sabemos (leia mil vezes essa frase aí atrás. Ela é estranha e poderosa, uma vez que se for cuidadosamente analisada não faz sentido algum... whatever) é que não existe nenhum fim e nenhum começo que nós não tenhamos escolhido por nós mesmos. Em qualquer período do ano, qualquer, podemos decidir começar denovo, podemos prometer sermos melhores, podemos esperar de amanhã as recompensas pelas sementes que plantamos hoje. Não há mudança no mundo que realmente importe. A mudança que importa acontece conosco, e ela não tem tempo e nem tem hora, é nossa escolha.
Então, eu insisto em abdicar da importância da data, e comemorar com amigos o “dia qualquer” que termina, e o novo que vai começar amanhã. Quando amanhã acabar, e a meia-noite voltar, então será exatamente como hoje, há meia-noite, quando desejo a todos vocês, que acompanham esse blog, que acompanham essa minha guerra e minha paz, e com quem compartilho um pouco das minhas idéias: Que amanhã seja um dia melhor que o dia de hoje, sempre. Essa é a fórmula para seguir em frente, sonhar nossos sonhos, e não ligar para falsos fins. Temos tantos pequenos começos verdadeiros pela frente...

Boa noite.
Cuidem-se.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Eu ri de mim...

As nuvens negras cobrem a cidade onde eu nasci, como que sabendo que o tempo ainda é de guerra. Na verdade, é apenas uma nova batalha que se inicia.
Mesmo assim, já sinto o cheiro da grama molhada que trará a paz. Acho que os últimos generais morrem um a um.
Metáforas à parte, agora eu me reencontro com pessoas há muito tempo perdidas.
Se soubessem quantas pessoas perdi para sempre, e que desejava encontrar agora...
Mas, reiterando, não há nada como ouvir o que elas têm a lhe dizer - pessoas das quais você guarda segredos - e vê-las caindo numa breve ironia. Como quando você sabe o resultado de uma corrida, e vê as pessoas, distraídas, torcendo para o perdedor (com uma fé tão verdadeira!), ou mesmo sofrendo exaustivamente pela vitória daquele que você, e só você, conhece como o dono legítimo do prêmio. É divertido, pra mim, observar essas coisas acontecendo. Mergulhar no doce mel do saber solitário, do rir com ninguém da piada que, mesmo se quisesse, jamais poderia explicar a mais ninguém. É como saber algo humanamente impossível. Ser o portador de um conhecimento apenas fornecido àquele que tenha vivido a sua vida individual, cada segundo dela, objetiva e subjetiva.
Como disse em postagens anteriores, o nosso caráter depende das pessoas das quais nos despedimos. E agora adiciono: "Aquilo que só nós mesmos somos capazes de compreender é o que temos de mais verdadeiro."
Aquele episódio se foi, e eu vou me lembrar pra sempre do que aquela pessoa me disse. E quando o resultado dessa batalha finalmente for conhecido, eu direi a ela que eu já sabia.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Dois futuros

Ontem encontrei uma velha anotação no meu caderno de Cálculo do primeiro período. Foi em maio de 2006, eu acho, que escrevi:

"Não é estranho? Apesar das vidas que levamos, e dos rumos que tomamos, as ondas continuam a bater numa praia, lá longe de mim.
Eu não deixo de pensar no que aconteceria caso eu simplesmente não tivesse tomado certas decisões, ou como minha vida seria se eu optasse por uma escolha diferente... e, às vezes, me assusto ao pensar que, qualquer dia, alguém vai aparecer e dirá que tomou exatamente o rumo que eu não quis, e me dirá como é. A única coisa com o qual tenho o luxo de aprender é o meu passado - é com aquilo que se foi -, mas não nego a evidência da chance de que eu possa aprender com o meu futuro que nunca existiu! Saber o que eu seria hoje se eu não fosse eu! Um dia, talvez, meu 'futuro alternativo' há de me encontrar, há de me contar o que aconteceria se eu não tivesse escolhido me exilar, ao invés de lutar. Há de me contar o que aconteceria se eu pudesse estar em dois lugares ao mesmo tempo, só para poder lutar pelo que eu amo."

Isso foi escrito, com certeza, nos primeiros seis meses do exílio. E é só assim que eu pude notar o quanto ele me mudou. Do que eu era antes, para o que sou agora.
Passei a ver esse exílio, não como algo ruim, mas algo que tem construído meu caráter desde então, e principalmente, que tem me mostrado que os vencedores são aqueles que não cometem o mesmo erro. Nesses dois anos o meu "futuro alternativo" me encontrou pra me dizer que aquilo que eu amava vai nascer, viver e morrer no único lugar para onde eu não vou voltar. Acho que isso explica muita coisa...

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

As Pessoas das Quais nos Despedimos

As coisas aqui parecem ter tomado rumos quase que definitivos.
O sol não é mais o mesmo, as pessoas não são mais as mesmas. Deixamos pra trás o espírito do novo e demos lugar a uma sadia nostalgia. Sentimos saudade do que ainda estamos vivendo... logo, logo, as coisas mudam denovo.
Triste isso... mas do que a despedida, a expectativa.
E feliz também, que de maneira estranha, fizemos tudo aquilo que era necessário para viver - outra fase há de acabar, e uma nova começa - e a vida se tornará um conjunto de imensas despedidas. "Quem nos faz ser o que somos são as pessoas das quais nos despedimos."
De todas as pessoas, as que vejo ao meu lado (direta ou indiretamente), são as que merecem minha dedicação, e quando não houver mais contribuições a dar, às nossas mentes e aos nossos corações (para aqueles que têm um), então será a hora de se despedir bem. E enquanto isso, nada me alegra mais do que viver a mesma vida, melhor à cada dia. A vida lá fora, ao que parece, me chama denovo. E eu estou distante de tudo, ainda.
E enquanto eu não me rendo às discussões sem fim, enquanto eu não me torno parte de um sistema que apenas discute as questôes relativas à vida, sem sequer propor verdadeiras soluções, vou me sentindo cada vez mais despregado desse exílio. Aos poucos, sinto que volto pra casa...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Otimismo, Cafunés e Chibatadas

Essa semana que passou, de fato, foi de guerra.
O sol, os prédios, as pessoas... as coisas que tornam meu trabalho difícil.
É como diria Yoshiyuki Sadamoto: "Parece que a cada cafuné que eu recebo, também recebo mil chibatadas. Só que se não fossem as chibatadas, esse cafuné não seria nada."
A discussão a que quero me adentrar hoje (e que acho que provavelmente farei comigo mesmo...) é sobre o otimismo.
Esse assunto me veio derepente, no meio de uma apresentação de trabalho, ontem.
Onde podemos encontrar otimismo? Qual é a variável que, no início do dia, estabelece o nosso estado de espírito? É uma coisa louca. Um dia você pensa que pode com tudo, e que não importa o quanto as situações adversas apareçam - e elas aparecem -, nada pode estragar o dia maravilhoso que você planejou de antemão.
Embora essa seja uma discussão mais profunda, estou certo de que não chegaríamos à conclusão nenhuma, e é isso o que a torna válida! Todo argumento relativo a ela seria completamente vago, mas isso não é uma falha, e sim uma vantagem do argumento.
Mesmo assim, descrevo minha visão do assunto:
De forma estranha, sinto que temos é que nos esforçar para encontrar nosso otimismo em alguma coisa, não que nos mostre o caminho, mas que nos mostre que caminhar é divertido. Afixar no todo aquilo que sentimos individualmente (para os que sentem, obviamente), e refletir isso em nossas atidudes e, principalmente, na forma que captamos e reconhecemos esse mesmo todo, como o lugar onde podemos ser parte ativa na construção de um futuro. Saberemos, então, reconhecer nas pequenas coisas a beleza. Saberemos lutar pelas nossas aspirações e superar as adversidades com otimismo.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

"Ternura inútil, mas ternura..."

"...conselhos inúteis, mas amigos."
Não resisti, e novamente comecei a ler o clássico Terra dos Homens, de Exupéry. E, relendo, ía relembrando as definições que ele propunha sobre o que é ser humano. Em uma das passagens mais emocionantes, dizia ele que o avião de seu amigo Guillaumet havia caído nos Andes, em pleno inverno. Já passada uma semana, todos tinham esperança de encontrar apenas seu corpo, quando ele surge vivo! Guillaumet, nesses dias entre a neve e as montanhas, havia batalhado contra a própria morte, pois segundo ele "o que eu fiz, palavra que nenhum bicho, só um homem, seria capaz de fazer." Ele sobreviveu ao frio e à fome por se sentir responsável pelos que o esperavam. Pela sua esposa, seu filho, seus amigos. Bichos não poderiam sentir tal coisa, o que justifica a sua frase. Segundo Exupéry, essa sentença é aquela que coloca o homem em seu lugar de direito na natureza, que o define como um ser superior: a capacidade de se sentir responsável.
Acho que leria quantas vezes eu pudesse, muito embora agora eu já não tenha mais tanto tempo disponível assim. Aliás, eu tenho achado inclusive que tenho escrito com uma frequência além da permitida para o meu estado atual.
Acho que não sei quando volto a escrever agora, por isso deixo a minha recomendação:
Terra dos Homens, de Antoine de Saint-Exupéry: um livro que transcende o tempo, e nós traz ótimas lições de como é ser humano, e ao mesmo tempo especial entre eles.
Um trechinho:

"Só há um luxo verdadeiro: o das relações humanas.
Trabalhando só pelos bens materiais construímos nós mesmos a nossa prisão. Encerramo-nos lá dentro, solitários, com a nossa moeda cor de cinza que não pode ser trocada por coisa alguma que valha a pena viver. Se procuro entre minhas lembranças as que me deixam gosto mais durável, se faço balanço das horas que valerem a pena, certamente só encontro aqueles que nenhuma fortuna do mundo ter-me-ia presenteado.
Não se compra a amizade de (...) um companheiro a que estamos ligados para sempre pelas provas sofridas juntos. Esta noite de vôo e suas 100 mil estrelas, esta soberania de algumas horas, o dinheiro não compra. Estas árvores, estas flores, estas mulheres, estes sorrisos docemente coloridos pela vida a que regressamos de madrugada, este mundo de pequenas coisas que nos recompensam, o dinheiro não compra."

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Essa terça...

Eu ainda não entendi qual é a das terças-feiras.
É realmente o dia em que eu fico mais folgado, e também o dia em que eu menos faço as coisas, o que consequentemente faz minha folga aumentar, e por sua vez reduz minha atividade... ainda bem que o dia só tem 24 horas, senão isso seria um ciclo infinito até eu começar a vegetar. E minha vegetação não seria tão verde.
Acho que um dos motivos pelo qual eu abomino as terças, é que ela me faz pensar. E pensar é uma coisa tão monótona... Ninguém se diverte pensando, só por pensar.
Grande mal necessário.
Pois é, eles existem realmente.
Mas voltando ao tema do post, essa terça-feira me balançou de verdade.
O curso de Física continua difícil, eu ainda não suporto multidões e ando trabalhando demais, mas dessa vez eu me perguntei o porquê.
Tudo o que eu faço, faço por um motivo, e isso já deixei bem claro.
Se me esforço pra ser alguém, em parte devo a um pacto (ver. "Um pacto pela Eternidade"), e se hoje eu não penso em mais nada, é porque ou eu simplesmente já me acostumei a viver assim, ou porque simplesmente não tenho terças-feiras suficientes.
Dessa vez, acho que tenho medo de que, quando esse exílio acabar, eu não me recorde mais de como é não ser sozinho - eu não tenha mais motivo, ou até talvez coragem, de precisar de alguém denovo. Mas ainda assim, eu durmo à noite.
Qual seria então meu caráter? Quais seriam as vantagens pra mim em continuar sendo estupidamente humano?
O nosso caráter provém do nosso senso de retidão, de nunca deixar de ser o que nos propomos a ser, ainda que isso não seja necessário. É isso o que eu sei, e é no que devo acreditar.
Eu me proponho a estar com as pessoas, ao final do exílio, ainda que isso não seja necessário.
Pelo menos até a meia-noite.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Um pacto pela Eternidade

O dia de finados passou nesse último fim de semana, e eu nem tinha visto ele chegando. Às vezes ainda me deparo, certa frieza, com a morte.
E é engraçado como depois desse Domingo me veio à cabeça uma lembrança: há um tempo atrás - pouco mais de um ano - fiz uma pacto com alguém de sermos eternos. De não morrermos. Porque morrer é algo tão subjetivo...
Quantas pessoas nesse mundo eu conheço, mortas de coração pulsando?
Eu prometi ser eterno, e tenho feito coisas por isso. Vivo a cada dia pensando na importância que ainda é possível ter: marcar as pessoas, fazê-las pensar no que aconteceu ao redor delas, e que sozinhas jamais teriam percebido. Fazer aquilo que ninguém mais fará. A minha parte do pacto acabou sendo a mais difícil, amigo.
Ficar aqui, e zelar.
Nosso pacto pela eternidade, no final das contas, me fez entender a morte.
Eu ia caminhando, e ia lembrando...
Meu amigo já não pode mais estar entre nós. De certa forma, já deu a sua contribuição para a construção do mundo, mas ele cumpriu sua parte no pacto. E prova disso é que no mundo todo não existe, pra mim, um lugar onde eu pudesse lhe ofertar flores nesse Domingo. Ele não precisa.
Não precisa de carinho, não precisa dizer nada.
Nem de lágrimas, nem de flores.
Ele é eterno.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Viernes

Chega um momento em que a gente percebe que nunca vai mudar aquilo que passou. O meu momento já chegou, e já se foi.
Qualquer certeza que algum dia eu tive, sobre o que teria feito diferente, só me deixou uma atmosfera de medo, que foi aos poucos se dissipando. Apesar de tudo, quem diria, o irremediável existe, e ele passa por mim todo dia, e se vai no ontem. Agora com certeza já se foi um ano, desde que o meu amor nasceu, e eu desejei matá-lo pela primeira vez. De fato, foi o sacrifício que mais valeu a pena até hoje, porque pra seguir em frente, você tem que deixar coisas pra trás.
Pra saber do que realmente você necessita, tem que deixar de ser criança.
Pra viver e ser lembrado, tem que ser mais do que um colecionador de ruínas.
Hoje eu vejo pessoas com quem eu convivi há anos, serem deixadas pra trás por aquilo que eu consegui. E meus olhos ainda vão adiante. O meu irremediável me faz lembrar que tudo o que eu fiz foi por um motivo: uns por mim, uns pelos outros - mas tudo por um motivo. Eu faço o que tenho que fazer, e todos vivem felizes para sempre.
Talvez com o tempo as pessoas aprendam o que eu sei hoje... Talvez algum dia possam compreender que, enquanto se apegarem àquilo que todo mundo pode ter, serão apenas uma em seis bilhões, apenas sombras.
Pegue o que você precisa, e siga seu caminho.
Pare de deixar seu coração chorar...

E eu tenho um recado pra uma pessoa querida:
Que bom que está de volta...
Ontem de manhã chorei de felicidade.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Coming Back to Life

Coming Back to Life - Pink Floyd
Voltando à vida

Where were you, when I was burned and broken?
Onde você estava, quando eu estava queimado e destroçado?
While the days slipped by form my window watching?
Enquanto os dias passavam pela minha janela?
And where were you, when I was hurt and I was helpless?
E onde você estava, quando eu estava machucado e sem esperança?
Because the things you say, and the things you do surround me.
Pois as coisas que diz e as coisas que faz me envolvem.
While you were hanging yourself on someone else's words
Enquanto você se apegava às palavras de alguém
Dying to believe in what you heard,
Morrendo por acreditar no que ouvia,
I was staring straight into the shining sun.
Eu olhava direto para o Sol a brilhar.
Lost in thought, and lost in time
Perdido em pensamentos, e perdido no tempo
While the seeds of life,
Enquanto as sementes da vida,
And the seeds of change were planted.
E as sementes da mudança eram plantadas.
Outside, the rain fell dark and slow,
Lá fora, a chuva caía escura e lenta,
While I pondered in this dangerous
Enquanto eu refletia nesse perigoso
But irresistible passtime.
Mas irresistível passatempo.
I took a heavenly ride through our silence.
Eu tomei um rumo maravilhoso em nosso silêncio.
I knew the moment had arrived
Eu sabia que o momento havia chegado
For killing the past, and coming back to life.
De matar o passado, e voltar à vida.
I took a heavenly ride through our silence.
Eu tomei um rumo maravilhoso em nosso silêncio.
I knew the waiting had begun
Sabia que a espera havia começado
And headed straight into the shining sun.
E andei direto, para o So brilhante.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Eu iria me molhar...

Segunda-feira, dez da noite.
Chove lá fora e o Departamento de Física na UFV está vazio. Meia dúzia de caras ficaram presos aqui, entre eles eu. Acho que não há oportunidade melhor pra pensar na vida, ou na ausência dela, talvez. É estranho o fato de que eu me divirta com situações como essa, com o inexperado. Até os deuses precisam aliviar o tédio, que dirá eu!
E em situações como essa, em que eu estava preso, que me surgiram grandes conclusões a respeito do todo - do motivo pelo qual entender como o todo funciona pode ser muito perigoso: perdemos totalmente a expectativa. Experimentamos cada vez mais o que não nos é satisfatório, e desejamos cada vez menos, com medo da desilusão. Esse tem sido meu erro nos últimos meses.
Para quem acompanha o blog, sabe que dessa vez estou falando sério.
Estou prestes a me abrir novamente ao mundo, a tentar aproveitar novamente o que ele me oferece, sem ter medo de expectativas que com certeza não serão realizadas. Eu já não lamento as decepções, porque já tenho espaço em meu coração reservado para elas. Já tenho a breve noção sobre de onde elas virão. Eu sou físico; aprendi a prever.
E acredito agora que ninguém deseja a liberdade de não mais ser compreendido - de entender uma língua e não falar - de tentar ser mais que humano em um mundo de humanos. Ao invés disso, vou usar o que eu já sei para ser melhor como pessoa. Coisa que eu já nem lembrava que eu era. Que eu sou.
Prometo que agora, por um bom tempo, meus muros vão abaixar, e aos poucos, eu me sentirei mais feliz com o contato das pessoas.
Espero que não caia de muito alto.

A chuva está parando...

Texto escrito no laboratório do
GISC, numa noite chuvosa
de segunda-feira.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

A um amigo.

Em quais coisas você acredita?
Acredita nos sonhos? Na paixão? Na vida?
Em quantas coisas acreditamos só por acreditar, só por nos vermos, na maioria das vezes, sem explicação para o que acontece ao nosso redor? Desistimos de saber, desistimos dos planos, e nos esforçamos para agarrar com toda força algo que não podemos sequer tocar.
É uma coisa triste. Ser humano...
Minhas dores de cabeça se vão, a chuva começa a cair e o inverno se vai. O inverno que foi o responsável pelas maiores alegrias da minha vida, e também pelas maiores desgraças. Tudo acontece no inverno. E agora acabou. Agora eu me sinto um pouco humano novamente. Relembro aos poucos o que é sentir felicidade, sentir tristeza, e é como sentir a anestesia acabando no meio da dor. Não é tão ruim quanto parece: me ver acreditando em coisas que eu não sei explicar, e me ver tentando dar a mim mesmo uma nova chance. Perdoar a mim mesmo - e tentar, mesmo que seja em vão, me redimir comigo mesmo. Me darão um novo motivo pra sorrir, e (espero) um novo motivo pra chorar?
Estou aberto novamente à vida. Espero não voltar a ser uma máquina denovo.
"Se você não fizer por você, ninguém fará."
Obrigado amigo! Estou voltando...

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A carta

Existem ainda muitas coisas para as quais eu dou valor.
Essas últimas tardes de Domingo me relembraram o gosto suave que tem a solidão. Ainda que amargo para algumas pessoas. Para mim é tão doce, essa solicitude...
E botando em prática mais um exercício, que aliás recomendo, aprendi um pouco mais sobre mim mesmo. Eu escrevi, segunda-feira passada, uma carta para mim mesmo nessa segunda. Eis o que dizia:
"Acho que, por entre devaneios, percebi que você, de fato, não é sozinho porquê quer, e sim porque precisa. Não importa o quanto tenha andado, ou quanto tempo tenha passado, você ainda, no fundo, não se sente bem com as relações humanas. Ainda tem em você a farpa do pensamento lógico, que te faz pensar que tudo são variáveis de uma equação, e que, só porque a experiência lhe mostrou que tudo está em constante desequilíbrio, tem medo de viver com os outros novamente.
Esse exílio, que auto-induziu, não fez nada além de te devolver o que sempre foi seu: o dom de olhar o nosso mundo por fora. De ver o todo, ignorando os detalhes. E você não precisa voltar se não quiser realmente..."
Acho que era o que eu precisava ouvir. Ainda que vindo de mim mesmo, me mostrou coisas.
Já nem lembrava de ter escrito quando li. Esse exercício é válido para qualquer pessoa. Aprender mais sobre si mesmo, e até mesmo aconselhar, ajudar a tomar decisões, e até consolar ou parabenizar após uma atitude tomada.
Tudo aquilo em que podemos confiar vem de nós mesmos.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Decisões

Acho que pouca gente conhece o poder de uma mente tranquila em tomar decisões. O que muita gente conhece é a capacidade que tem uma cabeça quente em não fazê-lo.
Sim, porque, dentre todos os maravilhosos dons que nós - seres humanos - temos, o de tomar decisões é o mais precioso, e é aquele que mostra o quanto somos burros. E não é pelo fato de tomarmos a decisão errada, mas por um argumento simples: Tomamos as decisões nos momentos errados. Somos defrontados com elas nos momentos errados. E as que realmente importam, não são fáceis.
Já me perguntaram uma vez porque não me relaciono tanto com as pessoas. É simples: eu as entendo.
Uma vez que você entende as pessoas, passa a perceber o quanto elas têm a capacidade de se ferir, e aos outros ao redor. Eu tomei minha decisão: eu tinha um motivo.
Se quiser tomar uma boa decisão, não há uma receita. Apenas alguns cuidados.
Se você souber exatamente o que te espera em cada opção, então significa que você não tem decisão nenhuma pra tomar. Sempre existe o melhor e o pior, e ninguém se decide pelo segundo.
Se a decisão envolve seguir em frente, e abandonar alguma coisa querida, o quanto essa coisa é realmente querida? Quantas vidas daria por ela? Quantas oportunidades de ser alguém realmente feliz, diferente do que é agora, você deixaria passar por isso? Quantas ruínas acha que vai colecionar assim? Muitas. Muitas...
E muitas são as vezes em que você vai decidir, e logo depois se enfiar debaixo de um cobertor com medo do resultado. Isso acontece com mais frequência do que deveria. Ou porque você ACHA que não soube decidir, ou porque espera ainda entender o que acabou de fazer.
Olhar pra trás - e isso é uma verdade fundamental - e não ver o caminho à frente, e tropeçar.
Tome as decisões fáceis antes que se tornem difíceis, muito embora só se saiba bem o que decidir quando se conhece exatamente o valor do que está em jogo - não subestimando nem super estimando. Quando se sabe exatamente quem morre e quem vive.
Quando não é você quem morre?

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Metalinguagem

De início queria deixar claro que as mensagens às vezes, são injustas.
Muitas das coisas que escrevemos, fazemos por nós mesmos, pouco nos importando de seu efeito nos demais. É assim que eu escrevo. Se tem algum efeito, eu não sei.
Mas as mensagens são injustas até para quem escreve.
Muitas vezes tudo o que eu preciso é o dedo no teclado, e ideias no pensamento, lógicas ou não. Não conheço o meu público, e nem sequer tenho certeza se tenho um, mas não duvido da seriedade da minha "plateia". Por isso, venho convocar à quem lê a uma reflexão:
Se eu fosse uma pessoa como todas as outras, haveriam muitos escritores, e ninguém precisaria ler.
Se eu não cometesse erros, não teria motivos para escrever sobre eles.
Se eu me tornasse um guia, muito provavelmente ensinaria às pessoas a não viver.
Se eu fosse confiável, seria chato.
Se eu confiasse, seria burro.
Se eu tivesse algum sentimento, seria um desequilíbrio hormonal (rsrs).
Se minha vida fosse fácil, eu mesmo já teria me matado.
Porque onde os outros vêem beleza, eu vejo métrica.
Onde encontram o beco sem saída, eu almoço tranquilo.
Onde descobrem seus problemas, eu vejo a solução para uma vida melhor, eu vejo a chave para seguir em frente, e escrever sobre isso depois.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

O que fazer quando fizerem

De vez em quando a gente pensa que tudo está certo e encaminhado. Mas não está.
Você pensa que não há mais nada pra acontecer, mas se esquece de que o que as pessoas também têm seu livre arbítrio, e elas mudarão se um dia quiserem. Aí está a importância em não criar expectativas à longo prazo, quando tudo depende de mais alguém além de si mesmo. De fato, o mundo se torna um lugar complicado quando temos dificuldade em aceitar a opinião das outras pessoas, ou até suas atitudes.
Se todos vissem o mundo através de nossas perspectivas, tudo seria muito chato.
O homem é testado assim. "O verdadeiro teste para saber se sua decisão foi bem feita é ter que optar por ela novamente.". Se apesar de tudo o que as pessoas fazem ou pensam, ainda gostar delas, é porque isso é imutável. E posso dizer que elas fazem muitas coisas.
Aliás, eu também, como pessoa, faço muitas coisas.
Fizeram algo que me machucou, e ninguém sabe o que é, mas ainda assim eu sorrio porque sei que não vai mudar o que eu penso.
E o que é melhor: não tem nada a ver com amor...

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Tudo o que podemos ser

Alguns amigos meus vão em frente, seguem a vida deles do jeito que sempre quizeram... isso é bom para eles.
Por mais que eu queira, sei que pra mim não pode ser assim ainda. Não ainda...
Sabendo das escolhas que fiz à tanto tempo, eu até me atrevo a aconselhar... porque por mais que elas tenham me coberto de críticas (até certo ponto merecidas, pois à primeira vista são totalmente estúpidas), foi delas que eu tirei meu sustento, que hoje em dia me rende muito orgulho. Vou resumir em um parágrafo como é o sentimento:
"No primeiro momento você põe as mãos à cabeça, pensando que a sua vida acabou porque já não há mais nada nela que lhe inspire, e a morça retardada deu seu tapa final (ver. Sobre o Destino e o Futuro). Foi assim comigo nos primeiros dias. Fiz uma burrada enorme, e achei que seria algo que iria me afetar pelo resto da vida. Foi aí que um amigo meu, um que estava morrendo (acho que pouca gente o conheceu), me disse a verdade absoluta sobre as escolhas: 'Não se preocupe se o caminho que você segue é o certo ou o errado. Caminhe. Todos eles têm um chão.'. E foi isso que eu fiz. Olhei pra frente e percebi que um novo horizonte tinha se aberto à minha frente, errado ou não. Descobri que as pessoas que a gente encontra nesse mundo, com as quais passamos um tempo razoável, servem para nos enriquecer de dádivas, embora sejam como uma tarde de sol, ou uma fruta gostosa. Percebi que eu não precisava de motivos fora de mim pra ser feliz. Tudo o que eu tinha que fazer era sorrir..."
E é assim que a gente tem que se realizar. Seguir caminhos diferentes, por onde quer que a vida nos envie, sem olhar pra trás. Saber o que nos trouxe até aqui, e saber que se alguma coisa nesse mundo realmente vale à pena, é aquilo que eu levo comigo hoje - não o que eu tinha, não o que eu terei - só aquilo que traz a mim motivos pra sorrir no fim do dia.
A vida, me disseram, é só adeus pra quem se lembrar deles.

domingo, 6 de julho de 2008

Laços verdadeiros e verdades fundamentais

Decidi no dia de hoje postar sobre as verdades fundamentais.
O mundo caminha verdadeiramente para a sua destruição, e isso todos nós sabemos, embora tenhamos vergonha de admitir. Vergonha de não termos sido bons administradores...
O tempo vai chegar, e nossa malevolência será reconhecida pelos nossos filhos. Mas por quê?
Acho que talvez não damos mais oportunidade aos verdadeiros heróis crescerem em nós mesmos. Apenas alguns anos de evolução cuidaram de erradicar nossa capacidade de sermos verdadeiramente humanos. O tempo vai passar e nós seremos destruídos. O amor vai passar e nós vamos continuar não sentindo a falta dele. Nós já não sabemos o que ele é. Não sabemos a diferença entre a nossa imagem no espelho e o que realmente somos. Qual dos dois temos amado, hoje em dia? A resposta é uma verdade fundamental, que eu não ouso aqui dizer.
Analisando o mundo, eu vejo superficialidade. Se faço um esforço para me aprofundar no que as pessoas se tornaram por dentro, só encontro vazio.
Se digo isso não é hipocrisia. Na verdade, eu estou sujeito às mesmas regras, e sei disso. O que faço é apenas divulgar meus estudos sobre os nossos novos hábitos, e agora revelar nossas novas fraquezas.
Temos sido apenas cascas que não encerram nada, porque esquecemos que, uma vez vivos, temos a obrigação de encontrar laços verdadeiros.
São os nós essenciais entre os atos diversos.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Estarei lá mais uma vez...

Oceans
Oceanos

Hold on to the tread, the currents will shift.
Agarre-se à linha, as correntes mudarão.
Glide me towards...
Me farão deslizar...
You know, something's left
Você sabe, algo é deixado
And we're all allowed to dream
E nos é permitido sonhar
of the next, the next time we touch...
com a próxima vez, a próxima vez que nos tocarmos...

You don't have to stray tho oceans away.
Você não tem que se desviar dos oceanos ao longe.
Waves roll in my thoughts.
Ondas rolam em meus pensamentos.
Hold tight the ring, the sea will rise.
Segure firme o elo, o mar subirá.
Please, stand by the shore...
Por favor, permaneça firme na praia...
I will be... I will be there once more...
Eu estarei... eu estarei lá mais uma vez...

Eddie Vedder.



Oceans - Pearl Jam



domingo, 29 de junho de 2008

Do Destino e do Futuro

Essa semana, no meu exercício de dar atenção às pequenas coisas, acabaram acontecendo grandes coisas. De certa forma, umas foram boas grandes coisas, e outras más. Mas tudo não é feito de equilíbrio?
Daí hoje, fazendo um balanço de tudo, percebo que vale à pena encarar a semana que vem, com tudo o que vier. Existem coisas das quais nenhum de nós pode fugir, ou se esconder. Há aquelas que a gente finge que consegue evitar, e para as quais a gente nem liga, só pra tentar esquecer o quanto somos incapazes de lidar com algo tão inexorável quanto o destino. E o destino existe...
Existe, e é como uma morsa retardada pra quem a gente sempre tem que dar a outra face. Não respeita a nossa lógica e quase sempre assume os nossos esforços como tentativas, como resultados de uma busca incessante por algo que não está ao nosso alcance.
Mas talvez não tenha que ser assim... tudo o que vale à pena ter, tem seu preço. A questão é se estamos dispostos à pagar por ele, sem sequer termos garantias de que dará certo. O destino costuma ser bem injusto com os que fazem planos. Sei disso muito bem. Acho, inclusive, que esse deve ser o maior motivo pra eu estar dando mais atenção às pequenas coisas. As grandes coisas acontecem independentemente.
Além do mais, analisando o futuro podemos perceber claramente que não se trata de algo tão distante. Claro que nós temos um passado, para lembrar, não viver. Nós temos um presente que, além de tudo, podemos compartilhar com as pessoas que estão ao nosso lado. Mas esse mesmo presente é a nossa ferramenta: é a pedra onde podemos afiar o gume do nosso espírito, e entalhar o que vem pela frente, à nossa maneira, em uma madeira que não conhecemos os nós, ou as fibras, mas sempre terá a forma que nós dermos à ela.
E este é o prazer que eu ainda tenho em viver...
Entalhar...
Entalhar...

domingo, 15 de junho de 2008

O jardineiro mau-otimista

Eu queria ser um bom otimista, mas não sou...
Não que isso venha a ser uma coisa ruim, eu ainda sou um mau otimista. Ainda acredito que de uma forma interessante as coisas melhoram a cada dia. De uma forma interessante o mundo sempre há de mostrar algo aos meus olhos que eu nunca tinha visto antes.
Acho que às vezes gostaria de ter forças pra tentar algo mais, mas ando tão ocupado... Tão ocupado com coisas que aprendi a aceitar como obrigações - coisas que, aliás, sempre me deram prazer - , como desculpas para fugir dos meus sonhos.
Sempre pensei que se eles morressem antes que eu me apegasse a eles, seria extremamente feliz. Eu ainda acredito nisso, pois sou um mau otimista. Acredito que, se eu não vivo, é por uma troca justa. Afinal, mortos não sentem dor...
Acabei aceitando, ao longo dos últimos anos, que tudo o que eu tenho agora faz parte da transição. Sim, não digo "uma" transição, e sim "a" transição, pois é agora que eu esqueço tudo o que eu já perdi pra essa vida. Nesse exílio é que eu posso me livrar dos meus fantasmas. Quando voltar ao mundo, direi às pessoas quantos mestres eu tive, quantos amigos verdadeiros existem longe de casa, quantas vezes a nossa sorte, ou nosso azar, nos mostrou que os vitoriosos são aqueles que não cometem os mesmos erros, não perdem as mesmas derrotas, não desistem de realizar tarefas impossíveis, só porque às vezes não pareça que vão conseguir...
Nesse exílio eu aprendi que não há glória, pois acabei de plantar as sementes, quando removi da minha terra todas as ervas daninhas. Não corro atrás da borboleta, pra plantar o jardim.
E, pra quem entende o que eu digo, deixo um recado a todos os jardineiros que conheço e admiro: "Hoje de manhã, podei as minhas roseiras."

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Por que eu faço Física...

Todo mundo sabe que não se deve olhar fixamente para o sol. É algo que sua mãe diz para você quando ainda é uma criança. "Não olhe para o sol, ou você vai ficar cego." Mas às vezes você entende as coisas tão mal, que você arrisca ficar cego por apenas um instante de vislumbre.

Coisas terríveis

"Eu tenho uma teoria sobre o por quê as pessoas fazem coisas terríveis. É a mesma razão pela qual as crianças se empurram no pátio da escola. Se é você quem está empurrando, então não vai ser aquele que é empurrado. Se você é o monstro, nada vai estar esperando nas sombras para pular em cima de você. É muito simples: as pessoas fazem as coisas terríveis que fazem... por medo."
Allie in Taken

Raízes

Uma vez estava notando o peso que têm as nossas raízes.
Nós somos, definitivamente, o resultado das nossas experiências, e só nós mesmos as conhecemos, ou até desconhecemos algumas vezes. Eu fiz coisas erradas, mas só eu sei porquê as fiz, e só para mim elas farão sentido. Já desisti, portanto, de explicá-las, e agradeço por não ser delas lembrado.
Como diria o Mestre Yoda ao jovem Luke: "Foda isso ser..."
Foi daí que eu tirei a célebre conclusão (que inclusive fiz questão de incluir em OBdS) de que a única forma de se entender verdadeiramente os motivos de alguém é não pensar neles. É aceitá-los como vieram, de fábrica. A fábrica mais complexa que nós podemos encontrar.
Sei disso porque já fui muito julgado, e já julguei muitas vezes. Mas não é assim que a banda toca...
Grunge talvez.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

O melhor de One Tree Hill

“Existem momentos em nossas vidas que nos vemos em uma encruzilhada, com medo, confusos, sem um mapa. As escolhas que fazemos nesses momentos podem definir o resto da nossa vida.
Claro que quando se está de frente com o desconhecido, a maioria de nós prefere dar meia-volta e retornar, mas as vezes as pessoas pressionam por algo melhor, algo além da dor de continuar sozinho, e além da bravura e coragem que leva para se aproximar de alguém, ou de dar uma segunda chance para alguém, algo além da quieta persistência de um sonho. Porque você só descobre quem realmente é, quando é testado, e você descobre quem pode ser, quando é testado.
A pessoa que você quer ser, existe, no lado oposto de fé, crença e trabalho pesado e ter uma dor no coração, que o medo está pela frente.”

“Você já olhou para uma foto sua e viu um estranho no fundo? Te faz perguntar, quantos estranhos tem uma foto sua? Quantos momentos da vida dos outros nós fizemos parte? Ou se fomos parte da vida de alguém quando os sonhos dessa pessoa se tornaram realidade? Ou se estivemos lá, quando os sonhos delas morreram. Nós continuamos a tentar nos aproximar? Como se fossemos destinados a estar lá. Ou o tiro nos pegou de surpresa. Pense… podemos ser uma grande parte da vida de alguém… e nem saber.”

domingo, 13 de abril de 2008

Um último adeus...

Ao meu amigo Jonas William Weaver, que já a muito tempo nos deixou...
Acabo de apagar as contas dele que ainda restavam. Essa é a última mensagem que ele deixou...

"Olá amigos, e adeus.
Parece que chegamos ao ponto final, não é?
Não posso dizer a vocês quais são os meus segredos, pois isso seria injusto com as minhas convicções, mas posso dizer-lhes que aprendi, sim, muito com vocês. Agradeço por isso.Só lhes faço um último pedido estranho: assim como eu hei de morrer, quero que aconteça o mesmo com os heróis fracos e cansados que vocês guardam dentro de si. Quero que vocês os matem, para que renasçam renovados. Tempos difíceis hão de vir, e eles começam agora. Da maneira como vocês são hoje, não sobreviverão.
Concentrem-se nos seus objetivos, não nos seus sonhos. E, por favor, não desistam de encontrar a Gnosis. É lá que os seus verdadeiros heróis nascem. Não é necessário nenhuma palavra mágica. TUdo o que têm a fazer é sentí-la já dentro de vocês. A oniciência está aí!
Morrerei tranqüilo sabendo que conseguirão!
Quando encontrarem, por favor, a protejam. Ela é o bem mais precioso da Terra, essa Terra onde a minha vida passou desapercebida, exceto para vocês três, a quem tenho muito apreço.Lamento por não tê-los conhecido, foi melhor assim. Peçam à garota que ouça meus conselhos, mesmo que ela pareça não ter gostado muito de mim. QUe ela me perdoe qualquer incômodo...
EU amo vocês, eu amo a minha vida, e agora ela será o nosso mistério.
Aos meus heróis,
Weaver."

Vá com os anjos (cuja existência, aliás, sempre contestou), meu velho amigo!

sexta-feira, 14 de março de 2008

Trágico mas valioso...

Essa música tem umas das letras mais lindas q já vi. Tindersticks é uma banda que eu não conhecia. Adorei o nível do som deles. E sem contar a letra dessa música: Until the Morning Comes!
Ouçam até o fim, e leiam a tradução!

Tradução: Tindersticks - Até a Manhã Chegar
Minhas mãos em volta da sua garganta
Se eu te matar agora, bem, eles nunca saberão
Me acorde se eu estiver dormindo
Pelo olhar em seus olhos eu sei que a hora está chegando
Me acorde pois eu estou sonhando
Bem, eles nunca acreditariam no que está acontecendo aqui
Mas surprendentemente em minha mente há um jeito de sair dessa

Me acorde pois eu estou sonhando
Bem, eles nunca acreditariam nisto
Então cale-se agora, meu amor, por favor não chore
Tudo vai ficar bem
Cale-se agora, querida, eu posso ouvir você gritando
Deixe-me abraça-la até o amanhecer chegar

Então diga-me é isso o que você quer?
Você pode sussurrar devagarinho ou gritar bem alto
Pois ainda há tempo para mudar sua mente
Mas faça isso antes do amanhecer chegar

Me acorde pois eu estou sonhando
Bem, eles nunca acreditariam nisto
Então cale-se agora, meu amor, por favor não chore
Tudo vai ficar bem
Cale-se agora, querida, eu posso ouvir você gritando
Deixe-me abraça-la até o amanhecer chegar

Até o amanhecer chegar

A luz está se apagando
Mas as estrelas estão dançando alegremente
Minha mente está correndo como nuvens pelo céu
Como você me fez ir... longe assim?

terça-feira, 11 de março de 2008

Um novo começo

Faltam 6 dias, e eu terei 21 anos. Não só eu espero que seja, como sei que será uma das segundas-feiras mais normais da minha vida.
Sei disso porque já fiquei quatro anos esperando por um domingo, e ele foi um domingo exatamente igual a todos os outros.
Agora eu estou esperando uma ligação, que ainda não veio. Já estou à 9 dias tentando não sentir nada, mas à medida que o tempo passa vou ficando apreensivo sobre certas escolhas que fiz, algumas sob certa pressão. Começo a pensar que aqueles 3 meses de terapia não foram suficientes para me segurar por mais uma semana. Talvez nem por mais um dia.
Claro que sei que, por mais difícil que seja, não ter sentimentos me dá uma visão privilegiada do mundo ao meu redor. Não que isso facilite a minha vida, mas eu posso ver e até prever de certa forma coisas que ninguém jamais poderia imaginar, e assim como tudo, isso tem o lado bom e o lado ruim. E eu não ousaria sequer mencionar o lado ruim...

sábado, 8 de março de 2008

Superficialidade

"Imagine aquele que será condecorado pelo rei. Ele se regozija do banquete e da festa, reconhece em si a imagem da vitória e do triunfo, as pessoas o comprimentam e o parabenizam - mas o rei morreu de uma queda de cavalo antes de lhe colocar o objeto de metal no peito. Poderias me dizer que o homem não recebeu nada?"

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Retratos

Eu percebi que é fácil, sim, esquecer determinadas coisas... e é o que eu tenho feito.
Minhas novidades são as coisas que eu deixei pra trás, e que sei que não vou mais precisar delas. Depois de tanto tempo de férias, o ócio me deu chance de repensar minhas metas e, estando de férias na minha cidade natal, percebi que daqui eu não vou levar quase nada. Aqui eu apenas olho para as coisas que não me chamam a atenção. Eu olho, e não vejo.
Sempre que se diz adeus, se deve fazer isso com responsabilidade, porque você nunca sabe quem vai machucar, ou o que vão pensar disso. Mas dizer adeus é uma lição que todos nós devemos aprender. Já disse adeus a grandes amigos, a grandes oportunidades, e agora estou dando adeus a uma fase, que à partir de agora eu sei que passou. A fase de achar que se pode mudar o passado, que se pode realmente aprender com ele...
Acho que todo mundo tem medo, mesmo, do que pode descobrir no fundo do baú, naquelas lembranças que tenteram esquecer. Isso dá a elas a falsa impressão de controle, diante da imprevisibilidade. É quando a casa cai, e a gente se surpreende quando percebe que deixou tudo o que importava embaixo dos escombros.
Nossos sonhos morrem, e a gente se apega a eles mesmo depois que viraram pó...
Nunca mais serei tão ingênuo.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Deixem ela em paz!

É verdade quando dizem: "Religião, futebol e política, não se discute.", exceto talvez o primeiro, que muitos insistem em discutir.
Aliás, sou a favor mesmo é de incluir ciência nessa lista.
Acabei percebendo a facilidade que as pessoas têm em falar sobre coisas que não entendem. O alvo mais bombardeado por essa alarmante realidade tem sido a nossa preciosa Física Quântica. Pelo amor de Deus deixem a pobrezinha em paz! A compreensão exata do que ela significa só é possível por uma fatia bem pequena da humanidade, mas na grande maioria das vezes vemos discussões sobre ela onde só participam leigos sem nenhuma formação. Acho que deveriamos chamar todo o desenvolvimento científico nessa área de outro nome, e deixar que os "pseudo-quânticos" fiquem com o nome pra eles.
No mais, a Física Quântica não tem nada a ver com reencarnação, fantasmas, curas milagrosas nem telepatia.
Tenho dito! Esqueçam essa idéia!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

O porquê do problema ser todo seu

Tudo o que você pensa e diz é verdade, porquê você pensa e diz.
E passa a perceber que o mundo é feito do somatório de tudo o que todo mundo pensa e diz, e isso é relativamente aceitável. Há seis milhões de versões desse mundo lá fora, e todas são verdadeiras. Cada consciência, cada ação e cada decisão, principalmente, contribuiu ao longo dos tempos para formar o que ele é hoje. Então se o mundo é uma bosta, o problema é, sim, todo seu!
Ele é todos nós, e ao mesmo tempo nenhum de nós.
Então, cuidado com o que vai fazer, e tente se lembrar do que já fez, porque se olhar em volta, vai ver que vive da soma de tudo isso, seja uma bosta ou não.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Taken

"As pessoas gostam de analisar as coisas que Ihes dão medo, para olhar para elas e dar nomes. Os religiosos procuram a Deus, os cientistas procuram evidências. Ambos estão apenas tentando resolver o mistério para se livrarem do medo.
As pessoas passam suas vidas esperando que aconteça algo que vá mudar tudo. Elas buscam poder ou amor, e as respostas a suas maiores perguntas. Acredito que o que elas querem realmente é outra oportunidade. Algum
jeito de levar outra vida, aonde todos os erros que cometeram possam ser apagados e elas possam começar tudo novamente, como se nada de ruim tivesse acontecido. E todas as suas oportunidades estejam à frente delas.
Nós todos estamos à beira de um penhasco. Todo o tempo, todos os dias. Um penhasco que todos iremos pular. Mas nossa escolha não é sobre isso. A escolha é se queremos ir a força e gritando, ou se queremos abrir nossos olhos e corações para ver o que acontece enquanto caímos."
Texto de "Taken" de Steven Spielberg.