segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A carta

Existem ainda muitas coisas para as quais eu dou valor.
Essas últimas tardes de Domingo me relembraram o gosto suave que tem a solidão. Ainda que amargo para algumas pessoas. Para mim é tão doce, essa solicitude...
E botando em prática mais um exercício, que aliás recomendo, aprendi um pouco mais sobre mim mesmo. Eu escrevi, segunda-feira passada, uma carta para mim mesmo nessa segunda. Eis o que dizia:
"Acho que, por entre devaneios, percebi que você, de fato, não é sozinho porquê quer, e sim porque precisa. Não importa o quanto tenha andado, ou quanto tempo tenha passado, você ainda, no fundo, não se sente bem com as relações humanas. Ainda tem em você a farpa do pensamento lógico, que te faz pensar que tudo são variáveis de uma equação, e que, só porque a experiência lhe mostrou que tudo está em constante desequilíbrio, tem medo de viver com os outros novamente.
Esse exílio, que auto-induziu, não fez nada além de te devolver o que sempre foi seu: o dom de olhar o nosso mundo por fora. De ver o todo, ignorando os detalhes. E você não precisa voltar se não quiser realmente..."
Acho que era o que eu precisava ouvir. Ainda que vindo de mim mesmo, me mostrou coisas.
Já nem lembrava de ter escrito quando li. Esse exercício é válido para qualquer pessoa. Aprender mais sobre si mesmo, e até mesmo aconselhar, ajudar a tomar decisões, e até consolar ou parabenizar após uma atitude tomada.
Tudo aquilo em que podemos confiar vem de nós mesmos.

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