segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Eu ri de mim...

As nuvens negras cobrem a cidade onde eu nasci, como que sabendo que o tempo ainda é de guerra. Na verdade, é apenas uma nova batalha que se inicia.
Mesmo assim, já sinto o cheiro da grama molhada que trará a paz. Acho que os últimos generais morrem um a um.
Metáforas à parte, agora eu me reencontro com pessoas há muito tempo perdidas.
Se soubessem quantas pessoas perdi para sempre, e que desejava encontrar agora...
Mas, reiterando, não há nada como ouvir o que elas têm a lhe dizer - pessoas das quais você guarda segredos - e vê-las caindo numa breve ironia. Como quando você sabe o resultado de uma corrida, e vê as pessoas, distraídas, torcendo para o perdedor (com uma fé tão verdadeira!), ou mesmo sofrendo exaustivamente pela vitória daquele que você, e só você, conhece como o dono legítimo do prêmio. É divertido, pra mim, observar essas coisas acontecendo. Mergulhar no doce mel do saber solitário, do rir com ninguém da piada que, mesmo se quisesse, jamais poderia explicar a mais ninguém. É como saber algo humanamente impossível. Ser o portador de um conhecimento apenas fornecido àquele que tenha vivido a sua vida individual, cada segundo dela, objetiva e subjetiva.
Como disse em postagens anteriores, o nosso caráter depende das pessoas das quais nos despedimos. E agora adiciono: "Aquilo que só nós mesmos somos capazes de compreender é o que temos de mais verdadeiro."
Aquele episódio se foi, e eu vou me lembrar pra sempre do que aquela pessoa me disse. E quando o resultado dessa batalha finalmente for conhecido, eu direi a ela que eu já sabia.

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