terça-feira, 16 de novembro de 2010

Aproveitando a Invisibilidade

Não estar em lugar nenhum é um privilégio que todos deviam ter em algum momento. É quando você olha pro lado e sabe que, se você fizer qualquer coisa inexperada, ninguém jamais vai ficar sabendo. Não que você esteja sozinho, mas apenas rodeado de desconhecidos. Desconhecidos que não se importam.
Essa semana choveu muito, e quando eu digo chover, não quero dizer só aquela água que cai do céu de repente e molha todo mundo, pra depois deixar o sol torrar o que sobrou. Eu quero dizer também que choveram críticas profundas e precisas a mim, e isso foi um salto gigantesco para o meu amadurecimento. Eu podia citar algumas aqui, mas vou me concentrar na mais importante: descobri que tenho medo de perder.
Provavelmente já ouviram falar em alguém que é mau perdedor. Pois é, não é esse meu problema. Meu problema é que eu não entro numa luta onde tenho dúvidas. Nunca realmente tentei alguma coisa por instinto. Eu sou um bom perdedor, só não gosto de ser.
Isso veio completar o "você não luta por aquilo que quer" na minha galeria de coisas a mudar, como se um se somasse ao outro. Mas como eu posso mudar isso? Daí é que veio a idéia que deu título a essa postagem.
Aproveitar a invisibilidade.
Não estar em lugar nenhum significa poder arriscar nada, e não ganhar nada. Significa que, o teste final é apenas se eu arrisco ou não, sem essa de erro e acerto, e isso é tudo o que eu preciso agora. Aprender a arriscar algumas coisas que não tenho certeza absoluta se darão certo, coisas que, por si só, não significam nada. Depois chegará a hora de mudar para aquilo que realmente importa, e eu vou lutar por aquilo que eu quero, sem medo de perder.
"Se você não faz nada pra mudar, de que adianta receber crítica?"
Algumas pessoas continuam a me surpreender por sua maturidade.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Os Cavaleiros da Távola Redonda

Tenho estado muito apertado nos estudos nesse último mês do período. Tranquilidade demais nos meses precedentes, de certa forma, me indicaram isso. E mais uma vez, eu me retirei do exílio para estudar um pouco sozinho. Terça-feira de Finados, então, fica sendo meu dia de voltar pra casa e tirar dúvidas.
Mas nessa segunda-feira, ocorreu que recebi um telefonema de um amigo muito querido, da época da escola, e nos reunímos, eu e mais dois, para falarmos do passado. Sentados num bar, seis anos depois, e tentados a perceber o quanto não havíamos mudado tanto assim. A maioria de nós vive na expectativa da mudança, mas talvez não querendo que ela venha.
Na terça-feira eu acordei, e aquele encontro ficou na minha cabeça. Eu me lembrei, por um breve momento, o quanto a minha visão, seis anos atrás, era limitada. Percebi que a grande bifurcação na estrada, que havia mencionado ser há cindo anos, agora está a seis, e eu ainda não a compreendi completamente; talvez porque ainda não compreendi a mim mesmo naquele tempo. Eu sempre fui uma pessoa muito difícil de entender, e isso eu admito.
Mas às vezes dá vontade de fazer tanta coisa, de retomar coisas perdidas das quais sinto tanta falta... Eu sinto falta de um monte de coisa que não vai voltar, mas queria que uma em especial voltasse, uma que o meu Tratado de Tordesilhas, que divide minha vida em duas, já havia me alertado a respeito. Mas aí eu lembro da chuva, fora da marquise onde a gente sentou, lembro daqueles dois caras com quem dividi minha vida por um tempo, e lembro de todas as dificuldades que teria de superar a princípio, e percebo o trabalho que ainda tenho pela frente. Aqui e agora talvez não sejam a hora e o lugar.
Mas aquele dia ficou pra trás e nós voltamos às nossas vidas. Estudar virou minha prioridade por um bom tempo agora, e mais tarde eu devo pensar mais um pouco nisso. Não tenho tanta pressa em aprender. Acho que, afinal, esse sempre foi o meu segredo.