segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Dois futuros

Ontem encontrei uma velha anotação no meu caderno de Cálculo do primeiro período. Foi em maio de 2006, eu acho, que escrevi:

"Não é estranho? Apesar das vidas que levamos, e dos rumos que tomamos, as ondas continuam a bater numa praia, lá longe de mim.
Eu não deixo de pensar no que aconteceria caso eu simplesmente não tivesse tomado certas decisões, ou como minha vida seria se eu optasse por uma escolha diferente... e, às vezes, me assusto ao pensar que, qualquer dia, alguém vai aparecer e dirá que tomou exatamente o rumo que eu não quis, e me dirá como é. A única coisa com o qual tenho o luxo de aprender é o meu passado - é com aquilo que se foi -, mas não nego a evidência da chance de que eu possa aprender com o meu futuro que nunca existiu! Saber o que eu seria hoje se eu não fosse eu! Um dia, talvez, meu 'futuro alternativo' há de me encontrar, há de me contar o que aconteceria se eu não tivesse escolhido me exilar, ao invés de lutar. Há de me contar o que aconteceria se eu pudesse estar em dois lugares ao mesmo tempo, só para poder lutar pelo que eu amo."

Isso foi escrito, com certeza, nos primeiros seis meses do exílio. E é só assim que eu pude notar o quanto ele me mudou. Do que eu era antes, para o que sou agora.
Passei a ver esse exílio, não como algo ruim, mas algo que tem construído meu caráter desde então, e principalmente, que tem me mostrado que os vencedores são aqueles que não cometem o mesmo erro. Nesses dois anos o meu "futuro alternativo" me encontrou pra me dizer que aquilo que eu amava vai nascer, viver e morrer no único lugar para onde eu não vou voltar. Acho que isso explica muita coisa...

Um comentário:

Marco Antonio disse...

Cara! excelente postagem!!!!
Me fez pensar um pouco tambem....