quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O Tempo. Em Palavras.

Lá se vai o mês mais curto do ano, e junto com ele as minhas férias.
Aos poucos, vou desenvolvendo táticas cada vez mais elaboradas para voltar meu relógio biológico à sua forma antiga. Acordar em algum horário antes do meio-dia já é bom o bastante até domingo.
Mas, enfim, o interessante é que na última quarta-feira voltei para casa com o sol nascendo. É como voltar à tardinha, mas com o tempo passando ao contrário, e nesse cenário eu pude encontrar meu equilíbrio. As idéias que adentraram a minha mente nos últimos dois meses acabaram encontrando seu lugar e terminaram por montar meu quebra-cabeças. Aos poucos fui encontrando o que era preciso para balançar entre momentos felizes e momentos responsáveis, e aquela que talvez seja a dose certa de cada um. Mas não é esse meu assunto principal, é algo que eu queria contar.
Nesse carnaval, uma pessoa muito simpática me perguntou o que era o tempo, pra nós, físicos. Ainda que não estivesse em meu juízo perfeito, essa foi, mais ou menos, a resposta: As pessoas normais tendem a associar o tempo ao passado e ao futuro, usando-se de fenômenos periódicos, como o nascer e o pôr-do-sol, para marcar os dias. Isso dá a elas a impressão de que o tempo é uma coisa que flui, independente de sua vontade. Para os físicos, e pra mim, o tempo é só mais uma dimensão, como altura, largura, profundidade... é só mais um fator que te permite localizar um evento, um acontecimento. Assim, o tempo pra mim é aquilo que te diz: se você sabe o que quer fazer, então sabe onde, e sabe quando. O tempo é só uma incrível, e filha da p%$uta, dimensão.
Eu não sou um monstro, afinal, por pensar que o tempo é só isso. Sou um monstro por saber disso, e mesmo assim tudo bem.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Um Sábio. Sem Dúvida.

"Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E então, pude relaxar. Hoje sei que isso tem nome: auto-estima. Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades. Hoje sei que isso é autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento. Hoje chamo isso de amadurecimento. Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo. Hoje sei que o nome disso é respeito.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje sei que se chama amor-próprio. Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro. Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo. Hoje sei que isso é simplicidade. Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muito menos vezes. Hoje descobri a humildade. Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada. Tudo isso é saber viver!"
Charlie Chaplin

Nessa semana assisti o filme "O Grande Ditador" de 1940, de Charlie Chaplin. Uma forte crítica ao nazismo em plena segunda guerra mundial. Vale à pena. É uma grande obra de um grande gênio.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

"Você é a pessoa mais inteligente que eu conheço."

Já me disseram, há algum tempo, que eu encontro as qualidades das pessoas quando converso com elas, mas basta um olhar e eu encontro todos os defeitos.
Talvez não seja pela forma como as coisas são, mas apenas pela maneira como eu as encaro. Desde pequeno, tudo aquilo que valorizei foi aquilo que as pessoas me diziam, nunca aquilo que faziam, ou como se pareciam. A maioria das pessoas com o qual tive prazer de conversar tinham realmente algo a dizer, e eu tinha realmente algo a aprender com elas. Eu nunca, nunca perdi uma oportunidade sequer de aprender à moda antiga, enquanto um fala e o outro escuta. Só escuta.
Geralmente, não gosto muito do que vejo.
Aconteceu com um jovem que acompanhei durante um tempo. Ele era pouco mais novo, e nós costumávamos conversar às vezes. Ele tinha algo a me ensinar, embora nem mesmo ele soubesse disso. Enfim, com o tempo, nos afastamos, e passei à apenas vê-lo de vez em quando.
Em oitenta por cento do que você diz, você não usa palavras.
Ele havia mudado completamente, estava uma pessoa diferente. Sua aparência tinha melhorado, sua postura e o jeito de se vestir mudaram, e à partir de algum momento, durante a minha ausência, tudo o que ele tinha para ensinar se perdeu. Tudo aquilo que mais admirava nele desapareceu, e só ficaram os defeitos, que eu de longe percebia. Não havia mais nada o que dizer, o que aprender, o que ouvir. Nele nada soava além de uma impecável casca vazia.
Hoje faz pouco mais de um ano que não o vejo. E nesse intervalo de tempo às vezes me pego pensando o que minha presença em sua vida poderia ter feito para evitar tal desgraça, e que mal o aguarda que eu poderia ter evitado. Uma dose de culpa, alguém há de imaginar, às vezes faz bem. Só queria que as pessoas soubessem que elas não precisam ser tudo aquilo que as pessoas esperam que elas sejam: Sua família, seus amigos, seus amores. Ninguém pode agradar a todos. Queria que soubessem que um dia uma alma se perdeu por pensar assim, e ela ainda está perdida. Aos poucos, mergulha para a morte.
Ela se perdeu e está onde eu já não posso encontrá-la.