sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Tempo de Morte, Tempo de Vida

O tempo todo, em todo lugar, eu me vejo rodeado de antíteses. Umas dizem respeito a coisas que eu deveria ter feito, outras às tantas que não deveria. Se existe alguma ordem no Universo capaz de explicar essas coisas, ainda é um mistério pra mim.
Acho que apesar de tudo, os anos que eu carreguei nas costas acabaram me endurecendo um pouco demais, e eu imagino que aquela velha "dorzinha" que eu sentia por dentro acabou encontrando um bom casulo. Por trás dos muros que eu ergui ao longo dos anos, ela encontrou abrigo seguro. Ela já nem me incomoda mais, como fazia há um tempo.
Eu ultimamente tenho me sentido, então, perfeitamente à vontade sendo uma pessoa completamente detestável. Isso, ao contrário do que possa parecer à primeira vista, é uma coisa boa. Cheguei ao máximo do "quem liga?", e tento me focar nas obrigações mais urgentes: aquelas que envolvem as pessoas. Pelo menos enquanto tentar compreender como elas têm me afetado ultimamente. Elas têm. E eu tenho sido muito passivo para com elas. Em algum momento, eu sabia, isso teria que mudar para pior.
É hora da guerra voltar à tona.
Quando se compreende um dom, deve-se aceitar a responsabilidade que o acompanha, e eu estou ciente da minha, e talvez isso me ajude a travar as batalhas futuras. Com o fim do inverno, os nossos exércitos desmontarão acampamento, e os campos devem encher-se de sangue novamente.
E talvez a mesma batalha, travada a cinco anos numa tempestade, se repita. Dessa vez numa brisa leve...

PS.: Hoje achei um bilhete na minha escrivaninha. Era o eu de ontem falando com o eu de hoje. Ele dizia: "Você ainda pode fazer alguma diferença, ou nenhuma, mas só há uma maneira de fazer isso depender de você. Prepare-se para a guerra."