segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

27 Horas

Como é bem sabido, minhas férias acabaram e eu aproveito a primeira semana de aulas do período. Mas, pra que isso fosse possível, tive que viver uma última grande aventura no fim de semana: acertar meu relógio biológico pra acordar cedo. Até então, era sempre: dormir às quatro da manhã, e acordar meio-dia pra ir almoçar.
Uma das coisas que eu valorizo são minhas horas de sono. Se eu durmo menos de oito horas, fico o dia inteiro com sono. Diante desse simples fato, e contando que meu tempo era bastante curto (isso era sábado), resolvi me pôr a caminho de uma grande odisseia. Era sábado, meio-dia, quando eu acordei e fui almoçar. Depois, Departamento de Física jogar conversa fora e jogar com os caras. Isso foi até umas oito da noite, quando as pessoas normais vão pra casa. Noite adentro, lá eu fiquei. Nisso começou a chover, por volta das 2 da manhã. Eu fiquei preso lá (nada de voltar pra casa pra assistir o Corujão). Meia hora depois, a Internet cai. É muito raro me ver com raiva, mas nesse momento eu fiquei, e quando achei que não podia piorar, cai a energia de vez. Daí fico eu, na janela da boa e velha salinha de estudos, aproveitando já as minhas doze e poucas horas acordado, olhando as estrelas bem vivas, como a muito tempo não fazia. E nesse cenário, creio eu, eu pude me encontrar novamente - um final está chegando, e ele bate à minha porta. Quando olhava as estrelas, daquele jeito, há dez anos atrás, não sabia nem metade do que eu sei agora sobre elas, mas continuo vendo-as da mesma maneira. Acho que só é possível entender certas coisas através de uma cultura.
Depois de duas longas horas, a luz volta - a Internet não. Então, vou passear pelo prédio do CCE, e faço do prédio vermelho o playground de um menino de vinte e poucos. As sete da manhã, dia claro, vou pra casa. Sem nada pra fazer, ligo pra uma grande amiga, e digo que queria ser o Jack Bauer, e ela diz que eu tô mais pra House sem Vicodin. Levei como elogio. Assisto a quadrilogia Alien, e já se vai o dia.
São três da tarde, vinte e sete horas depois de ter acordado, e eu pego no sono. Aprendi duas grandes coisas com isso tudo: Primeiro, eu fui feito pra dormir. Segundo, eu não sou o Jack Bauer, sou o House sem Vicodin.

Um comentário:

Aline Fernandes disse...

e tudo volta ao normal...