segunda-feira, 21 de junho de 2010

Disposto a Estar Errado

"Você já fez alguma coisa do qual realmente se arrependeu?"
Essa foi a primeira frase que eu disse a um grande amigo, há alguns dias atrás. Embora em contexto completamente diferente, ela serviu como um quebra gelo, para uma conversa sobre o passado distante: aquele em que tudo era muito fácil de resolver. Mas, enfim, o que é interessante ressaltar é que, dentre todos os sentimentos que eu ainda desejava ter, arrependimento não era um deles. Se você toma decisões, você deve fazer com aquilo que você tem em mente. O que você virá a saber depois, não importa. Mas nesse caso foi bem diferente. O que eu vim a saber depois me destruiu de verdade, e eu acabei levando um bom tempo pra consertar. Muitas guerras sangrentas foram travadas por um coração despedaçado.
Mas, mesmo assim, o tempo passa. O tempo te leva para outros lugares, te dá uma outra vida, e te diz pra seguir em frente, se reerguer, e te mostra que há infinitas possibilidades pra quem tem os olhos abertos. Eu demorei, mas abri meus olhos. Eu encontrei no exílio as vantagens que o tempo proporciona.
E de vez em quando o destino vai me devolver uns quinze minutos da minha antiga vida, me cobrando o preço de me tomar os mesmos quinze minutos da vida que tenho agora. De vez em quando vou me lembrar de como era estar sempre certo, antes de finalmente perceber quantas coisas erradas realmente fiz. É assim a vida: muitas lembranças se perdem, muitos amigos se vão, mas em algum momento você tem que pensar neles, e nesses momentos, acredito, somos um pouco mais felizes. Mais do que tristes.
Naquele tempo eu fui embora, eu arrumei a minha bagagem, disposto a estar errado. E estava.
Aos poucos vou me desculpando...

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