domingo, 6 de fevereiro de 2011

Para Além do Horizonte

Sempre venho ressaltando aqui a importância que eu dou a certos acontecimentos insignificantes. Pois é, pensando nisso, me pus à caminho, nos mês de janeiro, de lugares que há muito tempo não visitava. Lugares que fizeram parte da minha infância querida e que, aos poucos, foram ficando cada vez mais reservados à minha memória.
A nossa memória, muitas vezes, é um lugar obscuro demais.
Quando você liga lugares a acontecimentos, é isso o que acontece: visitar lugares acaba sendo reviver acontecimentos, e reviver acontecimentos, vocês hão de concordar, é relembrar aquilo que se sente. Mas, bem, não foi assim pra mim. Existia um fator com o qual eu não contava - eu não sou, nem de perto, a pessoa que eu era quando aquelas coisas haviam acontecido, na primeira vez em que estava naqueles lugares, na primeira vez que as coisas aconteceram. E, de repente, aquilo que eu era incapaz de sentir há tanto tempo atrás me invadiu, e a coragem que tantas nobres almas tentaram me ensinar, no tempo que liga o que eu era ao que eu sou, finalmente encontrou seu lugar. E a soma dessas coisas, das várias experiências que eu voltei a viver, visitando lugares familiares, me melhorou aos poucos; me fez enxergar coisas que eu não enxergava, e fez meu passado ainda mais completo.
Existem coisas nesse mundo, eu sei, que jamais poderei explicar, e que jamais poderei mudar, mas ver essas coisas de todos os ângulos possíveis te consola, te mostra o quanto esse irremediável é benéfico para o seu crescimento, e depois de tudo eu percebi que um bom trabalho foi feito, ao longo dos anos. As vidas que eu não salvei, e o coração que eu acabei devolvendo no processo, estão em boas mãos; ainda assim vou pegá-lo de volta, e pular na frente dessa carreta...

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