No xadrez, existe uma expressão que diz:
"Vence aquele que comete o penúltimo erro."
O xadrez foi considerado, por muito tempo, o
jogo que mais representava a realidade, longe dos "bancos imobiliários"
e "jogos da vida". Isso porque o adversário sempre lhe apresenta
resistência, por caminhos que você não reconhece de imediato, e porque o xadrez
leva em conta a desigualdade. As peças não têm, no jogo, o mesmo valor. E por
isso mesmo, eu vim a imaginar a minha Guerra, até o ponto em que ela se
encontra, como um jogo de xadrez.
Houve a fase em que eu jogava na defensiva, e
não saía do meu campo. Houve a fase da raiva, em que eu entregava todas as
minhas peças em sacrifícios inúteis, e houve a fase em que eu finalmente tinha
aprendido a tática para ganhar esse jogo: haja o que houver, siga a jogada que
você tem em mente. Você vai perder uma peça ou outra no caminho, mas no xadrez
não ganha quem tem mais peças, mas quem dá o xeque-mate; no final é tudo sobre
isso. Fazer a jogada que tem em mente, aconteça o que acontecer.
E é chegada a hora de eu aceitar perder
algumas peças, umas mais importantes do que outras, pra ganhar ou perder essa
Guerra. É sobre isso que queria falar. É chegada a hora de executar mais uma jogada,
de fazer o que treinei, aproveitando a invisibilidade: arriscar uma coisa que
não sei se vai dar certo, e perder umas peças no meu time.
Hora de ter amigos ao invés de empilhá-los.
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