quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O Rei do Fundão

Eu terminei o Ensino Médio em 2004. Durante os três anos deste famigerado período escolar, eu sentei no fundo da sala, o que fazia muita gente perceber que a posição em que um aluno senta nada tem a ver com seu interesse pela aula. Sempre tirei boas notas, e tentei levar comigo duas ou três almas perdidas, que davam vida ao que chamávamos (e não sei se ainda chamamos), de "o Fundão".
O Fundão abrange os 25% das cadeiras que ficam mais afastadas do quadro, e é conhecido por se tratar de um espaço onde, aparentemente, ninguém estuda. Só que na minha época era diferente, o Fundão era digno de respeito quando se tratava de estudo.
Me lembrei daquele velho Fundão, na verdade, quando voltei para Vice City depois do feriadão. Quando eu comprei a minha passagem, dessa vez, tava tudo lotado. "Amigo, só tem corredor. Tem a 28, 34, 36...", "Me dá a 44." E no dia e hora do embarque, lá vou eu com a passagem da 44, la atrás, esperando entrar no ônibus lotado. O que aconteceu é que, como tinha muita gente indo de Rio Pomba de volta à Vice City, arranjaram um ônibus só pra gente, sem banheiro e com cinco lugares no fundo, e eu, acreditem se quiserem, era o único sentado da poltrona 35 pra trás. Eu era o fim do hiato, o dono das quase 12 poltronas que constituíam o fundo do ônibus.
Moral da história: eu usei três das cinco poltronas de trás do ônibus, dormi como um bebê, e nunca viajei de forma tão confortável. Eu fui, por duas horas, novamente o rei do Fundão.

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