terça-feira, 7 de setembro de 2010

Ao Inesperado

Eu parei esses dias pra pensar em muita coisa. A maioria delas não tem nada a ver com meu momento atual. Decidi, pela primeira vez, pensar no futuro. Vou dizer a impressão que tive.
É como você entrar no supermercado, com uma lista de compras, sem saber quanto as coisas vão custar, e com pouco dinheiro. Já lá dentro, então, você ainda assim sai pegando tudo, sai correndo atrás de tudo de uma vez, e não se preocupa se o seu dinheiro é suficiente ou não. De repente, na fila do caixa, você olha a sua carteira.
Ontem eu fui olhar minha carteira, cheio de coisas na mão, e sem ter como pagar por todas elas. Nesse momento é que vem a pior parte: escolher o que vai devolver para a prateleira, escolher aquilo do qual se privar e pensar naquilo que não vale à pena, aquilo cujo preço é muito alto.
Essa semana estou caminhando de volta às prateleiras, pra devolver algumas coisas, principalmente aquelas que, embora eu queira, vão contra o que eu acredito.
O consolo que isso me trás é saber que, por mais que não quizesse deixar certas coisas pra trás, ninguém pode ficar no supermercado pra sempre. No lado de fora, tudo aquilo que lutamos pra conseguir, tudo aquilo que satisfaz nosso merecimento, se torna nosso. E o nosso dinheiro é a nossa vontade de fazer as coisas, nossa capacidade de nos envolvermos em um objetivo e seguí-lo, sempre por um preço justo; sempre lembrando que não se deve ir contra aquilo que acredita, ainda que seja para ir atrás de algo que deseja. Mas alguns preços caem, e seu desejo ainda pode ser recompensado.
Sou de uma longa linhagem de sobreviventes, e dos amores que tive, e das coisas que estou botando de volta, tudo que tenho a dizer é que algumas mudanças nunca se concretizam. Vou voltar à fila com aquelas nas quais ainda tenho esperança.
Faço isso ouvindo um sermão por dia...

Nenhum comentário: