sexta-feira, 11 de junho de 2010

Ao Mundo Real

Maio foi meu mês de férias. Em maio eu não escrevo.
Durante quase o mês todo, tenho que dizer, dormi mais do que devia. Na maioria das noites em que tive a oportunidade, dormi mais de dez horas, e mesmo durante o dia, estava com sono.
Isso porque, bem no fundo, eu preferia dormir e sonhar. Tive sonhos muito bons, durante o mês inteiro, e sinceramente a vida real acabava ficando meio monótona em alguns aspectos, e eu me via, de vez em quando, pedindo para a noite chegar. Até há alguns dias atrás, isso era comum. O pôr-do-sol me aliviava, me dizia que logo seria possível deixar a realidade para trás, e seguir um caminho novo. Um caminho que não era real.
Mas foram necessários apenas alguns minutos, em um lugar onde, anos atrás, um grande estrago tinha sido feito, e a realidade me chamou de volta. Depois de tanto tempo, em que o mundo dos sonhos era meu milagre, onde tudo acontecia sem acontecer, o meu barco pareceu virar, e eu acordei. Tinha eu feito uma cruzada por terras tão desconhecidas quanto leves, tão receptivas e tão revigorantes, e mesmo assim havia terminado, havia passado, e eu não mais sentia a falta delas.
Foi de volta à estrada, subindo novamente as montanhas para o exílio, que eu me dei conta disso. Foi de volta às minhas muralhas que descobri ter levado a batalha para um terreno onde eu podia vencê-la. Chegou a hora, pela primeira vez, de transformar as idéias do mundo dos sonhos em ações no mundo real. De volta, assim, ao mundo real.

A foto é minha.

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