domingo, 6 de junho de 2010

Tordesilhas

A postagem de hoje veio depois de muita insistência. Ela é uma transcrição daquilo que divide a minha guerra e paz em duas fases bem distintas: a fase da frieza e da responsabilidade cega, e a fase da descoberta de um mundo completamente novo que merece uma chance.
Foi escrita como selo de um acordo feito por duas pessoas que, estranhamente, tiveram paz de espírito suficiente para exigir da sua vida apenas aquilo o que ela podia oferecer, e não se desapontaram, nem por um minuto. Nem mesmo com suas perdas.
Ela é assim:
"Tento não pensar nisso como uma ausência. Não foi assim que você me ensinou a ver o mundo. 'A gente vive melhor de somas do que de subtrações', lembra? Pois é, agora nosso acordo terminou, e nós fomos bem. Eu ainda não sei onde a gente tava com a cabeça quando resolveu fazer isso. Minha mãe acha engraçado porque ela já meio que notou a diferença em mim. Não sei se você lembra, mas eu acho que falava demais, e pensava de menos. Acho que entender como certas coisas funcionam resolve bastante coisa, mas traz tanto problema, né?
E você? Lembro que não dava valor pra mais nada que não pudesse medir, que não pudesse tocar. Eu quero que as pessoas vejam em você a diferença. Quero que você mostre a elas o que a gente fez, e o quanto você tem a capacidade de ser um pé-no-saco por ser tão inteligente, e ainda assim fazer merda porque quer. Às vezes, você sabe, a gente não tem que fazer a coisa certa mesmo! Tem que fazer o que dá vontade. E talvez você precise se apaixonar denovo, pela mesma pessoa. Ou talvez não... acho que agora você já consegue decidir, pelo menos desencanou de algumas coisas que te preocupavam a um tempo.
Agora não somos os mesmos de quando começamos, e é isso o que significa. Você cumpriu sua parte, e me mostrou o que eu precisava ver. E você pode não achar, mas eu cumpri a minha. Agora você tem um outro mundo, e você se tornou uma pessoa melhor, sem sequer perceber.”

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