segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Nostradamus

Há alguns meses atrás eu estava assistindo, com a minha mãe, um documentário no History Channel sobre Nostradamus.
Pra quem não sabe, Nostradamus foi um cara que escreveu um livro há muito tempo atrás, que as pessoas acreditam que sejam previsões sobre o futuro. Eu tenho uma visão bem cética sobre aqueles que acreditam em destino, que tudo está traçado, que nós não temos o controle sobre aquilo que podemos ter, que podemos fazer acontecer. Com as previsões do Nostradamus, a coisa não é diferente.
Assim, depois daquele dia, sempre que eu vou embora de Belo Horizonte, de volta à minha Vice City, eu brinco com a minha mãe dizendo algo do tipo "vai chover às 3:17 da tarde.", e minha mãe fica toda cética. O número é quebrado, não é um horário bonito, e essa é a intenção.
Se eu digo que vai chover exatamente às três da tarde, e começa a chover três minutos depois, vão acreditar que eu forcei o resultado, e que na verdade eu queria dizer "mais ou menos" as três da tarde. Mas se eu digo um horário que, além de específico, é quebrado, ou eu estou certo ou não. "Se não chover às 3:17, você nem vai lembrar do que eu disse. Mas, se chover, vai ser legal não vai?"
É basicamente o que o Nostradamus fazia: as coisas que não aconteceram, ninguém lembra, mas as que acontecem impressionam todo mundo. Foi o que aconteceu dessa vez. Estavamos eu e minha mãe na estação do metrô, presos por causa da chuva, e eu, com a minha bobeira sem tamanho, falei com a minha mãe: "conta até 26 que vai parar de chover.". Dessa vez funcionou, e o resto do povo que ouviu o que eu tinha falado ficou impressionado, sem saber que eu faço isso o tempo todo, sem saber que eu apenas joguei um jogo onde basta tentar até conseguir.
E eu me lembrei, pensando nisso, nos motivos que me fazem ser cético quanto à importãncia do destino: eu já tentei prever meu futuro muitas vezes, já tive um objetivo em mente, um rumo traçado, mais os acidentes na estrada tiraram-no de mim. Eu perdi um sonho, que foi logo substituído por um melhor, depois, perdi esse também. Se tudo nessa vida segue mesmo um padrão, o que está guardado pra mim, dessa vez? Pelo que eu tenho que lutar?
Não sei se isso é destino... talvez seja só a minha alma de criança, querendo tentar até conseguir.

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