quinta-feira, 17 de março de 2011

O 24º Outono

Eu nasci uns cinco dias antes do começo do outono de 1987, mas ainda assim me considero um outonense. Agora já faltam cinco dias para o começo de mais um outono, o 24º da minha vida, e alguém veio hoje e me disse que eu sou a pessoa mais bem humorada que esse alguém conhece. Bom, talvez as pessoas não me conheçam tão bem, mas isso não importa.
O que importa é que ontem, antes de hoje chegar, eu percebi grandes coisas acontecendo, fiquei feliz com quase todas elas, e quando chegou meia noite eu pensei que eu poderia morrer ali mesmo, e a paz se faria no mundo. Eu sempre tive certeza que, se fosse pelo bem da humanidade, 80% da população terrestre jamais dará uma contribuição que mereça ser notada. A grande maioria das pessoas só está aqui pra incomodar, mas nesse intervalo de 24 horas eu pude perceber aquilo que ainda existe pra se salvar. Eu vi as pessoas tristes do mundo.
Sim, porque aquela pessoa que você vê rindo o tempo todo tem a vida mais sem graça que se pode imaginar, sabe por que? Porque ela tem certeza que dali ela não vai a mais lugar nenhum. E assim eu vejo a felicidade, a felicidade da simplicidade, e por muito tempo eu pensei porque eu não era feliz assim. Acho que finalmente encontrei a resposta: porque eu ainda tenho a capacidade de me mover. Eu ainda posso fazer muito mais do que faço agora, e essa minha "falta de felicidade" serve pra eu me lembrar disso - serve pra não deixar que eu me acomode e siga em frente. Eu nunca vou ser feliz assim.
E ainda bem que eu soube de tudo isso, já que o 24º outono está pra começar. Nesse momento, no horizonte, uma antiga estrela se aproxima.

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