sexta-feira, 23 de julho de 2010

A Hora do Prazer e a Hora do Dever

Todo mundo tem meia dúzia de obrigações. A maioria delas vêm do dia-a-dia - coisas que algum peixe maior te manda fazer, ou que você tem que fazer pra não morrer. Mas existem, creio que todo mundo acredite, obrigações que vão mais fundo do que isso. Uma obrigação que, no fundo, a gente sente que tem com o mundo exterior; mais como uma contribuição a dar. Eu tenho pensado mais nisso a cada dia. Quantas contribuições eu posso dar ao mundo, ou pelo menos às pessoas próximas...
Eu tenho alguns talentos capazes de ajudá-las, e às vezes isso é tudo o que eu tenho. Em grande parte, eu consigo me aproveitar desses talentos de maneira bem limitada, mas ainda assim tento ser o mais ativo nisso, como por exemplo, mantendo essas postagens. O interessante é que, na maioria das vezes, faço isso para aliviar tensões próprias. O meu grande apoio para fazer as coisas que ainda faço é, no fundo, o fato de eu estar sozinho na maioria do tempo. Eu gosto de ficar sozinho, porque produzo muito. Agora o problema, esse mês prometi um grande sacrifício, um no qual tudo pode acontecer. Uma das coisas que podem acontecer vai, na verdade, me deixar feliz.
Eu vou ficar feliz.
E se tudo realmente der certo, será que vou me lembrar das minhas obrigações? Será que vou me inspirar o suficiente para agir conforme meus desejos? A felicidade acomoda, e isso é um perigo. Um grande homem uma vez me perguntou se eu era feliz. Acho que não. Se eu fosse feliz, não teria motivos para continuar vivendo. Não haveria mais pelo que lutar. Vou acabar sacrificando ou meu prazer, ou meu dever.
Acho, inclusive, que esta guerra se tornou tão minha que não posso suportar que ela termine. Sem ela, corro o risco de perder minha identidade, talvez o que me define como ser humano. Tenho medo, e é medo de ficar feliz.

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