quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Se Cães Tivessem Sentimentos

Já me disseram uma vez de um grupo de soldados, que estava se preparando para a guerra.
Parte do treinamento que eles tinham envolvia o trabalho com cães. Porém, havia um problema: só havia, no centro de treinamento, um cachorro. Era um belo animal, e estava devidamente preparado para a atividade nas regiões mais inóspitas onde um soldado deve se engranzar. Então, todos os soldados usavam o mesmo cachorro, e a cada dia de treinamento, um deles ficava responsável pelo animal. A cada dia, um dos soldados aprendia a lidar com cães durante uma batalha real.
Ao final de um mês, todos eles estavam preparados, e todos eles sabiam como usar um cão para ajudar na batalha, caso fosse necessário.
E ocorreu que seu país entrou em guerra. Mas, dessa vez, em um campo de batalha real, cada um tinha um cachorro. As coisas agora seriam mais fáceis, e toda aquela preparação de um mês agora teria um significado mais prático.
Durante a investida, todos os cães começaram a brigar entre si. O barulho alertou as tropas inimigas, e o que se seguiu foi um massacre. Nenhum dos soldados sobreviveu.
É muito fácil treinar para ter um sentimento de cada vez, estar preparado para saber uma coisa de cada vez, e principalmente para perder uma coisa de cada vez. Mas quando acontece tudo e uma vez, nada do que passamos nos dá um abrigo seguro. Mas “uma vez no centro o perigo, os homens não temem mais”. Uma vez que tenhamos experimentado a sensação de que as coisas podem realmente estar perdidas, e no final acabar dividido entre aqui e fugir - só quando se sobrevive a isso, é que a gente pode agüentar de tudo.
Só assim treinamos todos os nossos soldados de uma vez.

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