segunda-feira, 11 de julho de 2011

Meu Muro de Berlim

Não sou a pessoa mais social do mundo. Acredito que todo mundo que me conheça já tenha, ou ainda terá, motivos para acreditar nisso. Grande parte da minha vida foi destinada a mim, e nada mais. Nunca gostei de ser o centro das atenções e não vou começar agora. O caso é que devo me formar em duas semanas e muita gente, como era de se esperar, está esperando por esse momento.
Aqui em Vice City (isso mesmo, ainda não saí daqui), é "Semana do Fazendeiro" e gente de todo lado se reúne na "minha" UFV, e no meio deles, hoje, andei no pôr-do-sol. Nesse momento, mais uma vez, me veio aquela velha embaraçosa pergunta: "O que você está fazendo aqui?". Eu estou estudando, obviamente. Estou pegando um diploma de Físico. "É, isso tudo eu sei, mas o que você está realmente fazendo aqui?". Eu estou tentando ser feliz. Estou tentando sair da miséria que eu sentia todo dia antes de vir pra cá, de tentar fazer as coisas e não conseguir. "Mas por que teve que fazer isso tudo?". Não sei ao certo, mas pelo que sei ao certo, não deveria ser necessário. Teria sido, de fato, necessário, sair tanto da minha zona de conforto, me submeter a um sistema que não reconhece seus esforços, e ser, mais uma vez, o centro das atenções só pra encontrar um meio de ser feliz? Será esse o caminho certo? Sabendo de todas as minhas atribuições, e meus defeitos, qual será a dificuldade a me parar, dessa vez?
Eu queria que as coisas fossem mais simples, que fosse só ir lá e pegar o canudo, e ninguém ficaria sabendo e a paz reinaria na Terra, mas não é. Às vezes me sinto como o soldado que foi mandado ao topo da montanha, pegar uma planta para salvar seu capitão, e percebe lá em cima que ele já está morto. Existem infinitas coisas que me trouxeram até o topo dessa montanha que não existem mais, e foi preciso todo um caminho para me ensinar, para me dar um motivo diferente do inicial.
Eu não quero mais ser feliz, eu quero que isso tudo não acabe em lágrimas.

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